MEUS DIAS COM CLARICE – dia #A

(Leituras inventivas, às vezes reinventadas, de um processo criativo)

DIA A

O impulso que nos move. Movo a cabeça. A falta que nos move. Avisto. Jo-ha-kyū. O impulso me impele a avançar na direção daquele que vejo, mas a respiração se corta – soluço? susto? surpresa? –, então paro. Ela estava com soluço. E, como se não bastasse a claridade das duas horas, ela era ruiva. Jo-ha-kyū.  Nascimento – crescimento – morte (para posterior renascimento). Retomo o impulso: suspensa, surpresa, soluçante, avanço um pouco mais. Apenas um pouquinho mais. Olhamo-nos sem palavras, desalento contra desalento. Oh. A curiosidade e o encanto me impelem. Jo… Ambos se olhavam. …ha… Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos. …kyū! O que foi que se disseram? Não se sabe! Avanço, movimentos de gata. Oh! Desabo. Mas ambos eram comprometidos. A falta que nos move é a mesma que nos estanca. Quero fugir, mas não fujo. Apenas deixo aquela cena delicadamente. Mas ele foi mais forte que ela. Sim, eu olhei para trás.